quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Dona morte queria nos visitar

Vou contar agora uma historinha de medo... Aliás... De pânico, de pavor, de devoção. Acho que nunca rezamos tanto em tão pouco tempo...
Tudo aconteceu no dia em que fomos todas juntas (nossa primeira viagem juntas depois de quase 100 anos de amizade) para o Rio de Janeiro. Uma empolgação lastimável! Parecíamos adolescentes! Fomos em quatro no mesmo vôo de 1 hora e pouquinho. As outras encontraríamos lá na Cidade Maravilhosa. Conseguimos até marcar 3 poltronas uma do lado da outra. Então... Nos encontramos no aeroporto. Uma festa! Fotinha aqui, fotinha ali. Fomos pra sala de embarque. Devíamos ser as primeiras a ir pra sala de embarque, aliás. Que demora! Enfim chamaram nosso vôo e lá fomos para aquela imensa fila até entrar no avião. Mais fotinhas dentro do avião, claro! E decolamos! Fazíamos mil planos dentro do avião: quando chegar lá isso, depois aquilo, etc e tal.
Mas, com uns 10 minutos de vôo, começou o desespero. O avião deu uma chacoalhada que puta que pariu!! Mas tudo bem. Uma olhou pra outra com aquela cara de “o que está acontecendo?”. Depois disso veio aquela voz super simpática do piloto, dizendo que estávamos sofrendo uma “pequena turbulência”, que era para todos permanecerem sentados, etc. E lá veio outra sacudida! Mais forte que a primeira. Tá... Nos demos as mãos... Os pensamentos já foram em Deus, nos filhos, vai passando um filme do caramba nas nossas cabeças... E o avião balançando... De repente a louca maluca escrota do meu lado grita: “Ahhhhhhhh! O avião tá caindo!” Sinceramente? Eu só olhei pro lado e... Puta que pariu!!!!!!!! A porra do avião estava caindo, com o caralho do bico pra baixo!!! O filme foi avançando mais depressa... e apertávamos mais as mãos... Os olhos cheios de lágrimas já... E meu filho??? Vão cuidar dele direitinho? Quem que vai ao nosso velório? Mas será que vai ter velório? Gente... Que coisa mais esquisita é essa!!! Nessa hora os pés já estavam dando dó, uma rezando do meu lado, a outra chorando, e eu olhava pra outra lá do outro lado do avião, com a maior cara de sonsa, na maior naturalidade, lendo revista... Caraca!! Deu vontade de socar a cara dela!!! A gente quase fazendo sujeira nas calças e ela lendo revista. Mas tudo bem... Passou a pior parte... O avião voltou ao normal... A lindona da janelinha queria fechar para não ver o avião caindo, mas eu pedi pra deixar aberta pois precisava ver o que estava acontecendo... Mandei ficar quieta e fechar os olhinhos... Simples, né? Rs
Tá... Mas não acabou aí... Depois de quase ver a Dona Morte das histórias em quadrinhos vir nos pegar, pedimos uma água... A da janelinha estava passando mal. Queria vomitar, mas não queria levantar... Vai que volta a chacoalhar?? Mas lá vem a comissária de bordo, elengatérrima, com aquele sorriso formidável: “Calma! Isso não foi nada! Já tivemos situações piores.” Caracassssss... Problema dela que já teve situação pior! Pra gente a gente ia morrer e a gente queria água. Posso passar mal? Dá licença?
Nunca uma hora passou tanto pra acabar! Eu olhava no relógio a cada 5 minutos! Acho que sobrevoamos a cidade do Rio de Janeiro por uns 30 minutos. Mas graças a Deus “só” aconteceu isso. Chegamos em “paz”, bebemoramos nossa vida na Cidade Maravilhosa, curtimos o que pudemos do final de semana e voltamos à nossa terrinha para poder criar esse blog e contar para nossos leitores os nossos dramas e nossos traumas...
É isso! Até a próxima!